Dioxina: conheça seus perigos e previna-se - eCycle

2022-05-06 19:40:25 By : Ms. zhenqi craft

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Imagem de Josefin, está disponível no Unsplash

Talvez você nunca tenha ouvido falar dessa substância química, mas ela está presente em seu corpo (mesmo que em pequena quantidade) e é perigosa. Dioxina é um nome genérico usado para designar um grupo de substâncias químicas que são subproduto industrial de alguns processos, como produção de cloro e certas técnicas de branqueamento de papel e produção de pesticidas. As dioxinas são consideradas poluentes orgânicos persistentes (POPs), pois se acumulam na cadeia alimentar e no corpo humano.

A dioxina mais comum é o tetraclorodibenzeno-para-dioxina (2, 3, 7, 8 – TCDD), considerada como cancerígena para humanos, mas existem mais de 400 substâncias agrupadas dentro da designação genérica. Outro exemplo de dioxina são os PCBs (do inglês polychlorinated biphenyls), os bifenilos policlorados, conhecidos no Brasil como ascarel. Essas substâncias são formadas principalmente a partir de reações químicas envolvendo átomos de cloro.

A incineração de lixo também libera dioxina (queima de plástico, de papel, de pneus e de madeira tratada com pentaclorofenol), pois muitos produtos são tratados com cloro em sua fabricação. Alguns exemplos de itens que podem liberar dioxina são filtros de café, toalhas de papel e absorventes internos que passaram por processos de branqueamento.

A dioxina se acumula nos tecidos adiposos, ou seja, nas regiões em que nossos corpos e os de animais têm mais gordura (saiba mais neste artigo, em inglês). Por meio de um processo chamado biomagnificação, as dioxinas também acompanham o desenvolvimento da cadeia alimentar, de acordo com um artigo da Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR), dos EUA. Se você come a carne de um animal que contém muita dioxina, por exemplo, ela ficará acumulada no seu corpo. A partir de então, seu organismo tentará se livrar dessa substância por um bom tempo.

Não há nível saudável de exposição à dioxina e até uma quantidade pequena pode ser perigosa, exatamente porque ela se acumula no organismo. Mesmo assim, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a União Européia estabeleceram como limite a dosagem de 2,3 pg/kg/dia (picograma por quilo por dia – 1 picograma equivale a 10-¹² grama ou um trilionésimo de grama). A agência americana Enviromental Protection Agency (EPA) discorda, apontando 0,7 pg/kg/dia como quantidade máxima recomendável.

São limites que significam quantidades muito baixas, o que pode ser aferido por orientação da própria EPA, que descreve o uso de filtro de café feito com papel branqueado industrialmente, por exemplo, como suficiente para exceder os “níveis aceitáveis” de dioxina por toda uma vida.

A expansão da dioxina está ligada à utilização do cloro na Segunda Guerra Mundial. Até esse período, o produto foi usado juntamente com outras substâncias químicas, como forma de armamento. Com o fim do conflito, havia uma grande produção, mas a demanda sofreu uma queda abrupta. Assim, a indústria química buscou novos mercados para inserir o cloro. Essa empreitada foi bem sucedida, mas o subproduto dioxina não estava nos planos.

Uma fonte de cloro, uma fonte de matéria orgânica e um ambiente térmico ou quimicamente reativo em que os materiais citados possam se combinar é o que gera a dioxina nos processos industriais, de acordo com o Greenpeace. Portanto, tanto a produção de cloro como o tratamento de outros produtos com cloro geram esse indesejado subproduto.

A tabela abaixo, divulgada pelo Portal São Francisco, mostra quais são os processos formadores das dioxinas e quais são os emissores primários. Confira:

A dioxina pode afetar o organismo humano, principalmente, de três maneiras:

A dioxina é uma substância teratógena (que causa má formação fetal), mutagênica (responsável por mutações genéticas, algumas das quais podem causar câncer) e suspeita-se que seja carcinogênica para humanos (podem causar câncer). Por conta dessas propriedades, as dioxinas interferem no crescimento celular, induzindo ou bloqueando a morte de células.

Segundo a ATSDR, a dioxina é comprovadamente causadora de câncer em animais. O mesmo efeito parece ocorrer com humanos. E o mais grave é que a dioxina age como carcinogênico completo, ou seja, não precisa de outros elementos químicos para atuar no organismo. A substância pode causar tumores e aumentar o risco de todos os tipos de câncer, de acordo com a OMS e o National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH), dos EUA.

A dioxina altera receptores de estrogênio, pode ser tóxica para o crescimento e o desenvolvimento, pode causar danos no fígado, nos nervos e alterações indesejadas em glândulas, de acordo com a ATSDR. Problemas relacionados aos sistemas reprodutivo e imunológico, além de alterações no neurodesenvolvimento, também podem ocorrer devido às dioxinas (saiba mais, em inglês). O composto também é suspeito de causar problemas respiratórios e câncer de próstata, além de dois tipos de diabetes.

Novamente de acordo com a ATSDR, as dioxinas são encontradas em praticamente todas as amostras de pele e sangue de pessoas que não tinham conhecimento sobre terem sido expostas à substância.

Como a dioxina perdura na cadeia alimentar e se acumula em tecidos adiposos, a alimentação é responsável por 96% de toda a acumulação de dioxinas à qual estamos sujeitos. Os principais tipos de alimento que as contêm, de acordo com a ATSDR, são os seguintes: gordura animal presente em carne, laticínios ricos em gordura, peixes gordurosos (arenque, cavala, salmão, sardinha, truta e atum) e produtos que tenham sido expostos a pesticidas.

A contaminação também pode ocorrer quando ingerimos alimentos que tiveram contato direto com embalagens que possuem dioxina (principalmente as feitas com papel branqueado industrialmente, como pratos de papel e caixas de comida feitas de papel). Também é possível que produtos íntimos femininos que passaram por processo de branqueamento liberem dioxina, como absorventes internos.

Outra maneira de o organismo humano ser invadido pela dioxina é a respiração de gases, vapores e outras emissões provenientes de lixões que costumam incinerar seus resíduos. Plantas industriais, como fábricas de papel, de cimento e de fundição de metais, também podem liberar dioxina no ar. Viver em uma região próxima a esse tipo de estabelecimento pode acarretar exposição crônica à dioxina via respiração (apesar de a maior parte entrar no corpo humano pela alimentação, como já dissemos).

Se os parques industriais de todo o mundo deixassem de produzir dioxina, ainda levaria cerca de 30 anos para que os seres humanos diminuíssem consideravelmente o nível da substância em seus corpos. Como alternativas, algumas empresas tentaram substituir o cloro nos processos industriais utilizando dióxido de cloro, menos nocivo, o que pode ser aferido em produtos que exponham o selo ECF (Elemental Chlorine Free). Essa alteração se deu principalmente nas indústrias de papel e celulose e foi seguida por outra inovação, chamada TCF (Total Chlorine Free), em que não há nenhum tipo de cloro na composição do material. Ele é substituído por oxigênio, peróxido de hidrogênio e ozônio.

No Brasil, um projeto de lei de 2008 tentou fazer com que a indústria de papel só pudesse fabricar modelos livres de cloro (TCF), mas foi rejeitada. A maior parte da indústria nacional de papel utiliza ECF, mas é possível encontrar produtos TCF.

O Greenpeace defende que as dioxinas deixem de ser produzidas, mas há um debate na sociedade. Há posições que defendem o uso dos ECF, alegando que não há diferenças entre os dois modelos.

A dioxina já está presente nas nossas gordurinhas e nas gordurinhas de muitas pessoas ao redor do mundo. No entanto, é possível seguir alguns conselhos básicos para evitar a exposição a essa perigosa substância:

Opte por papéis branqueados naturalmente ou não branqueados, especialmente no caso de produtos que entram em contato com a comida ou com partes íntimas – filtros de café, toalhas de papel e absorventes internos.

Escolha alimentos orgânicos e com baixa quantidade de gordura. Se a carne for imprescindível na sua dieta, procure saber se o animal foi criado de maneira sustentável – alimentado com pasto/ração livre de pesticidas. É comprovado que mães vegetarianas têm menos dioxina em seu leite materno.

Quando for esquentar algum produto no microondas, certifique-se de que ele foi feito especialmente para essa finalidade. Mesmo assim, dê preferência a recipientes de cerâmica e vidro. Com o calor, os plásticos podem liberar dioxina diretamente no alimento. O mesmo vale para o filme plástico que recobre a comida. Tire-o antes de levar o alimento ao microondas. No caso do PVC, evite qualquer forma de queima ou aquecimento intenso do material (fato comum em obras, para dar elasticidade ao cano).

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